Haddad e Trump: Uma luta épica

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Douglas Holanda

Fernando Haddad e Donald Trump estão em lados opostos do espectro ideológico. Um é o típico progressista que defende mais Estado, regulações e impostos para “ajustar” a economia. O outro é o republicano nacionalista que coloca os Estados Unidos em primeiro lugar, promovendo políticas de desregulamentação e corte de impostos — para os americanos. Mas, apesar das diferenças de discurso, há algo que une os dois: a paixão por tributar.

O ministro da Fazenda do Brasil e o ex-presidente americano compartilham uma característica perigosa para qualquer economia: acreditam que podem resolver problemas com mais taxação. Haddad, fiel ao legado petista, quer espremer ainda mais o setor produtivo brasileiro, seja com a reforma tributária ou com a busca incessante por novas fontes de arrecadação. Trump, que deveria ser um aliado natural do Brasil, ameaça nos tratar como um adversário comercial ao cogitar impor tarifas sobre nossos produtos.

Haddad: o cobrador de impostos do PT

O atual ministro da Fazenda vem demonstrando que seu compromisso maior não é com o crescimento econômico, mas com o inchaço da máquina pública. Desde que assumiu, sua missão tem sido encontrar formas de aumentar a arrecadação para cobrir os gastos excessivos do governo. Para ele, o problema nunca está no tamanho do Estado ou no desperdício de recursos, mas sim no “baixo” volume de impostos pagos pelos brasileiros — que já estão entre os mais altos do mundo.

A reforma tributária, vendida como uma simplificação, na verdade esconde um aumento de carga para diversos setores. Além disso, Haddad insiste em criar novos impostos sobre offshores e fundos exclusivos, ampliar a taxação do consumo e punir ainda mais quem investe no Brasil. Sua lógica é simples: o governo sempre precisa de mais dinheiro, e a conta deve ser paga pelo contribuinte.

Trump: um conservador que não hesita em taxar aliados

Donald Trump construiu sua base política com uma retórica de defesa da indústria americana, algo legítimo e necessário para qualquer líder. No entanto, sua política comercial por vezes se confunde com protecionismo desnecessário, atingindo até aliados estratégicos, como o Brasil.

As ameaças de Trump de taxar produtos brasileiros demonstram uma visão distorcida do comércio internacional. O Brasil não é a China e não adota práticas desleais que justifiquem medidas protecionistas americanas. Ao cogitar impor tarifas sobre as exportações brasileiras, o ex-presidente ignora o fato de que a relação entre os dois países deveria ser de parceria, não de retaliação.

Se a intenção de Trump é punir concorrentes desleais, ele deveria mirar em Pequim, não em Brasília. O Brasil já enfrenta dificuldades suficientes com a política econômica do PT, e um eventual aumento de tarifas nos EUA pode prejudicar ainda mais setores estratégicos como o agronegócio.

A paixão pela taxação: o que Haddad e Trump têm em comum

No fim das contas, Haddad e Trump podem estar em polos ideológicos opostos, mas compartilham um mesmo vício: a crença de que a taxação pode ser uma ferramenta de solução de problemas. Um quer tributar o Brasil para alimentar o Estado. O outro ameaça tributar o Brasil para proteger sua economia. No final, ambos prejudicam quem produz, gera empregos e movimenta a economia.

O conservadorismo genuíno, que respeita o livre mercado e a liberdade econômica, não deveria compactuar com essa mentalidade. Se Haddad age assim, não surpreende. Se Trump faz o mesmo, decepciona. Afinal, um conservador de verdade deveria entender que prosperidade se constrói com menos impostos, menos barreiras e mais liberdade.

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