O Carrefour anunciou sua intenção de fechar o capital de sua subsidiária no Brasil, oferecendo aos acionistas um prêmio de 20% sobre o preço de fechamento das ações na última sessão. A transação avalia a empresa em cerca de R$ 16 bilhões e oferece três opções aos investidores: receber R$ 7,70 por ação, uma combinação de dinheiro e BDRs do Carrefour S.A. listado em Paris, ou apenas BDRs da matriz francesa.
A decisão do Carrefour Brasil não é um caso isolado. Nos últimos anos, diversas empresas optaram por sair da bolsa brasileira, um reflexo claro do ambiente econômico cada vez mais hostil aos negócios. Sob o governo Lula, o país vê um agravamento da fuga de capitais e a deterioração do mercado de capitais, que deveria ser um pilar para o crescimento sustentável da economia.
Um mercado menos atrativo para investidores
O mercado acionário brasileiro já vinha sofrendo com fatores como insegurança jurídica, carga tributária elevada e burocracia excessiva. No entanto, a guinada econômica do atual governo adicionou mais incerteza ao cenário. A política fiscal expansionista e o intervencionismo estatal afastam investidores, que buscam mercados mais previsíveis e seguros.
A recente proposta do governo de taxar fundos exclusivos e offshores foi mais um golpe na confiança dos investidores. Paralelamente, a falta de reformas estruturais e a instabilidade política contribuem para um ambiente de negócios cada vez mais desfavorável. Diante desse cenário, não surpreende que grandes empresas estejam reavaliando sua permanência no mercado de capitais brasileiro.
Um padrão preocupante
O Carrefour se junta a uma lista crescente de empresas que optaram por fechar o capital nos últimos anos. Nomes como Unipar, Unidas, Technos e Allos já seguiram esse caminho, reduzindo o número de companhias listadas na B3. Esse movimento reflete a falta de incentivos para que as empresas permaneçam na bolsa brasileira, forçando investidores a buscar alternativas fora do país.
O Brasil, que já teve um dos mercados financeiros mais promissores do mundo, agora vê sua atratividade diminuir em meio a políticas econômicas equivocadas. Enquanto isso, os mercados de capitais de outros países seguem em expansão, captando investimentos e atraindo empresas que poderiam muito bem estar no Brasil, caso houvesse um ambiente mais favorável.
Um sinal de alerta para o Brasil
O fechamento de capital do Carrefour Brasil deve ser visto como um sintoma de um problema maior. Empresas não deixam a bolsa por capricho, mas sim porque encontram melhores oportunidades em outros mercados. Se o governo Lula continuar insistindo em políticas que afastam investidores e aumentam a incerteza econômica, a tendência de deslistagem pode se acelerar, prejudicando ainda mais a liquidez e a competitividade do mercado financeiro brasileiro.
A questão que fica é: quantas empresas precisarão sair do Brasil antes que o governo perceba o dano que está causando à economia?