FGTS: Hora de reformar e aumentar os ganhos dos trabalhadores

Banco Mundial prevê nove anos de efeito negativo da pandemia sobre emprego e salário no Brasil Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Douglas Holanda

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado com um objetivo claro: proteger o trabalhador brasileiro, garantindo uma reserva financeira em caso de demissão sem justa causa. No entanto, ao longo dos anos, o FGTS se tornou um fundo de baixa rentabilidade, onde o dinheiro do trabalhador perde valor ao longo do tempo devido à sua correção abaixo da inflação. Enquanto isso, o governo utiliza esses recursos para financiar programas habitacionais e de infraestrutura, sem oferecer o retorno justo para quem realmente é dono desse dinheiro: o trabalhador.

É urgente uma reestruturação do FGTS. O modelo atual penaliza milhões de brasileiros que veem seu dinheiro desvalorizando, enquanto outras formas de investimento oferecem rendimentos muito superiores. Uma solução eficaz seria destinar até 20% dos recursos do FGTS para investimentos em fundos privados, públicos e ações. Essa mudança permitiria um ganho real para os trabalhadores, sem comprometer a segurança do fundo.

Mais rentabilidade, mais proteção

Atualmente, o saldo do FGTS é corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano. Esse índice, historicamente, tem ficado abaixo da inflação, o que significa que o dinheiro depositado perde poder de compra ao longo dos anos. Se compararmos com aplicações como o Tesouro Direto, fundos de investimento ou até mesmo ações de empresas sólidas, fica evidente que o FGTS poderia ter um rendimento muito mais vantajoso se investido de maneira estratégica.

Com a destinação de até 20% dos recursos para investimentos diversificados, o FGTS poderia acompanhar modelos bem-sucedidos como o fundo soberano da Noruega, que aplica seus ativos globalmente e gera retorno sustentável para a população. Essa política não apenas aumentaria a rentabilidade dos trabalhadores, como também incentivaria o crescimento do setor produtivo no Brasil.

Gestão profissional e independente

Para garantir que essa mudança traga benefícios concretos, é essencial que o FGTS seja gerido de maneira profissional e independente, com total transparência e governança rígida. Hoje, as decisões sobre os recursos do FGTS são fortemente influenciadas por interesses políticos, o que muitas vezes resulta em alocações ineficientes e pouco vantajosas para os trabalhadores.

Uma nova estrutura de governança, com especialistas do mercado financeiro e representantes dos trabalhadores, poderia garantir que os investimentos fossem feitos com critério, buscando o melhor retorno possível sem comprometer a segurança dos recursos. O dinheiro do trabalhador precisa ser tratado com respeito e inteligência, e não apenas como um caixa fácil para políticas governamentais.

Uma reforma que beneficia todos

Reestruturar o FGTS não significa acabar com seu caráter social, mas sim modernizá-lo para que ele cumpra melhor seu papel. Com uma parte dos recursos investida em ativos rentáveis e uma gestão técnica e independente, os trabalhadores poderão ver seu patrimônio crescer ao longo dos anos, sem correr riscos excessivos.

O Brasil precisa urgentemente de soluções inovadoras para impulsionar sua economia e garantir que os trabalhadores tenham um futuro financeiro mais sólido. O FGTS pode e deve ser um instrumento de progresso, e não um fundo estagnado que apenas beneficia o governo em detrimento dos brasileiros. A reforma do FGTS é um passo essencial para construir um país mais próspero e justo para todos.

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