Lula vai lançar foguetes

A criação da Alada, nova estatal para explorar lançamentos comerciais de foguetes e satélites, é um exemplo claro do descompromisso do governo Lula com a racionalidade fiscal. Em um momento em que o Brasil enfrenta desafios para equilibrar suas contas públicas, criar mais uma estatal é um anacronismo que merece forte crítica.

A iniciativa surge sob a sombra do fracasso da Alcântara Cyclone Space (ACS), extinta em 2015 após um prejuízo de quase meio bilhão de reais. Em vez de aprender com o passado, o governo insiste em repetir erros, gastando recursos escassos em projetos cujos retornos financeiros e operacionais são, no mínimo, duvidosos. Enquanto o mundo avança com parcerias privadas em projetos de exploração espacial, o Brasil insiste em um modelo estatal ineficiente, que historicamente tem sido um “ralo” de dinheiro público.

Descontrole fiscal e prioridades trocadas

O governo Lula demonstrou desde a campanha eleitoral um viés claro contra privatizações, algo que já prejudica o ajuste fiscal. Além de manter as 123 estatais existentes, cria mais uma, a Alada, em meio a um cenário de pressão fiscal e necessidade de corte de gastos. Isso vai na contramão do discurso de austeridade que deveria ser prioridade.

Os números são claros: a Agência Espacial Brasileira (AEB) tem um orçamento de 600 milhões de reais, uma fração do que potências como Estados Unidos e China destinam à exploração espacial. Em vez de priorizar parcerias estratégicas com empresas privadas nacionais e internacionais, o governo opta por inflar a máquina pública, aumentando despesas com pessoal, estrutura e burocracia.

Alternativas ignoradas

O mercado espacial global, que deve movimentar 1,8 trilhão de dólares até 2035, oferece oportunidades que o Brasil poderia explorar de forma inteligente e eficiente. Parcerias com empresas privadas, como SpaceX e Blue Origin, ou até mesmo com startups nacionais, seriam opções muito mais viáveis do que criar uma estatal do zero.

O Centro Espacial de Alcântara, com sua posição estratégica próxima ao Equador, é um ativo que poderia ser melhor utilizado se aberto ao setor privado. Modelos de concessão ou parceria público-privada poderiam atrair investimentos internacionais e gerar receita, em vez de depender exclusivamente de aportes públicos.

O peso da máquina estatal

A justificativa do governo para criar a Alada é que ela poderá atrair recursos privados, mas a falta de clareza sobre custos e estrutura alimenta a desconfiança. O projeto não especifica quanto será necessário em termos de orçamento ou pessoal. Enquanto isso, o Brasil sofre com uma dívida pública crescente e uma carga tributária que sufoca o setor produtivo.

O discurso de que a Alada pode ajudar o Brasil a se destacar no mercado espacial é sedutor, mas, na prática, a gestão estatal tem se mostrado ineficiente e onerosa. Se o objetivo é desenvolver o setor espacial, o caminho deveria passar por medidas que reduzam os custos operacionais e promovam a competitividade, e não por iniciativas que aumentem o peso fiscal.

Lula, acorda!

A criação da Alada não é apenas uma má ideia; é um reflexo de uma política econômica que prioriza ideologia em detrimento da eficiência. Em vez de avançar rumo ao futuro com soluções modernas e parcerias estratégicas, o governo Lula opta por reviver um modelo estatal arcaico e ineficaz. O resultado é previsível: mais gastos, mais déficit, menos inovação e menos competitividade.

Enquanto isso, os brasileiros continuam pagando a conta de escolhas políticas que ignoram a urgência do ajuste fiscal e a necessidade de um Estado mais enxuto e eficiente.