O impacto dos juros no consumo e no setor imobiliário no Brasil

O governo Lula, em sua terceira passagem pela presidência, prometeu uma economia próspera e inclusiva. Mas, para muitos brasileiros, o que se vê no dia a dia é um peso crescente sobre o consumo e o mercado imobiliário, exacerbado pela falta de uma estratégia clara para combater os juros elevados que sufocam a economia.

Juros altos: a faca de dois gumes que só corta para um lado

Sob a justificativa de combater a inflação, o Brasil mantém uma das maiores taxas de juros do mundo, um reflexo da política do Banco Central que o governo Lula se comprometeu a enfrentar, mas até agora só vem criticando sem agir de forma concreta. Enquanto isso, consumidores e empresas pagam a conta.

O impacto no consumo é evidente. Com linhas de crédito mais caras, famílias deixam de financiar carros, reformar casas ou comprar eletrodomésticos. O comércio, por sua vez, sente o baque. Dados recentes mostram que o varejo desacelerou, especialmente em setores dependentes de financiamento, como o de bens duráveis.

O que Lula faz diante disso? Critica o Banco Central, mas não oferece uma solução real para reverter o quadro. É o discurso de sempre: colocar a culpa em terceiros, enquanto a falta de clareza sobre as políticas fiscais e o excesso de gastos públicos continuam alimentando o ciclo de desconfiança do mercado.


O mercado imobiliário sufocado pela omissão

Poucos setores sofrem tanto com juros altos quanto o mercado imobiliário. Para o brasileiro médio, comprar um imóvel sempre foi um desafio, mas as taxas atuais de financiamento tornaram o sonho da casa própria uma ilusão para muitos.

As incorporadoras, sem previsibilidade econômica e enfrentando uma demanda retraída, reduziram os lançamentos. Investidores, que poderiam injetar capital em novos projetos, preferem a segurança dos títulos de renda fixa, que oferecem retornos elevados sem o risco da incerteza econômica.

E qual a resposta do governo? Promessas de programas habitacionais que soam como ecos de campanhas passadas, mas que carecem de estrutura e recursos diante de uma realidade fiscal que beira o descontrole. O “Minha Casa, Minha Vida”, por exemplo, foi relançado como grande solução, mas está longe de mitigar os impactos de uma economia emperrada pelos juros altos.


Um governo sem rumo econômico claro

Lula criticou o teto de gastos, implementado no governo anterior, prometendo um novo arcabouço fiscal que traria equilíbrio e responsabilidade. Na prática, o que se viu foi um governo mais disposto a gastar do que a ajustar. A política econômica parece desconectada da realidade: há vontade de impulsionar o crescimento, mas não há coragem de enfrentar os verdadeiros entraves, como os gastos públicos elevados e a falta de reformas estruturais.

Enquanto isso, o Banco Central mantém sua posição, alertando que uma política fiscal expansionista dificulta o corte de juros. Lula, em vez de buscar diálogo, prefere se manter em uma postura de confronto.


A conta chega, mas quem paga?

A alta dos juros é um reflexo direto de um governo que prioriza discursos populistas em vez de soluções práticas. Enquanto Lula insiste em manter seu eleitorado engajado com promessas vagas, a realidade para os brasileiros é amarga: menos consumo, um mercado imobiliário retraído e uma economia que patina.

Se o presidente realmente deseja entregar o Brasil promissor que prometeu, precisará fazer mais do que criticar o Banco Central. É necessário assumir a responsabilidade pela condução da economia, enfrentando os desafios com coragem e seriedade. Até lá, o brasileiro continuará pagando a conta da incerteza econômica e das políticas mal calibradas que se tornaram a marca deste governo.